segunda-feira, 19 de maio de 2008

Biotecnologia: Descoberto método mais barato para identificar genes de doenças

Investigadores suecos desenvolveram um novo método de sequenciação do ADN muito mais barato do que os utilizados actualmente pelos laboratórios para identificar genes de doenças, segundo um estudo publicado pela revista científica Nature Biotechnology.

Os cientistas, do Instituto Karolinska de Estocolmo, esperam que o seu método permita a identificação de genes de doenças em grandes grupos de pacientes e facilite a descoberta de novos tratamentos para uma ampla variedade de doenças.

A sequenciação do ADN permite identificar genes de doenças, compreender como as bactérias e os vírus causam infecções e traçar a evolução da humanidade e de outras espécies.
Quando o projecto HUGO (acrónimo em inglês para Organização do Genoma Humano) sequenciou o primeiro genoma humano, em 2000, foram precisos dez anos e mais de 100 milhões de euros.

O método agora desenvolvido pela equipa dirigida por Sten Linnarsson, do Departamento de Bioquímica e Biofísica Médica do Instituto Karolinska, permitiria mapear o genoma humano por um décimo dos custos actuais.

Os cientistas retiraram o ADN da bactéria E. coli e dividiram-no em pequenos fragmentos, cada um deles com um comprimento de cerca de 200 nucleótidos (os elementos básicos do ADN: A,C,G e T). Esses fragmentos foram depois espalhados e fixados numa lâmina de micoscópio de modo a tornar possível observar simultaneamente vários milhões de fragmentos.

Estes fragmentos foram a seguir mergulhados num fluido com pequenas sequências de ADN de cinco nucleótidos marcadas com uma tinta fluorescente que lhes permitiu analisar que tipo de sequência de ADN aderia a que fragmento.

Depois de combinarem todas as sequências possíveis de ADN com vários milhões de fragmentos, os cientistas conseguiram juntar as sequências numa cadeia completa com todo o genoma da bactéria, num total de 4,5 milhões de nucleótidos.

"Tudo acontece no instrumento que construímos, de que faz parte um microscópio capaz de fotografar fragmentos de ADN, uma pipeta automática e uma pequena câmara com uma superfície de vidro na qual ocorre a reacção", explica Sten Linnarsson, citado pelo site europeu de actualidade científica AlphaGalileo.

Esta não é a primeira vez que cientistas suecos desenvolvem com êxito novos métodos de sequenciação de ADN. Há dez anos, Pal Nyrén e colegas do Instituto Real de Tecnologia descobriram um dos métodos mais comuns de sequenciação de ADN actualmente usados, o da Piro-sequenciação.


Fonte:
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/31276e499e98f2d2a0f2de.html

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