Uma em cada seis adolescentes portuguesas assume ser sexualmente activa sem utilizar qualquer método contraceptivo. Por outro lado, é também nesta faixa etária que se verificam os valores mais elevados de utilização da pílula do dia seguinte, revela um estudo sobre as práticas contraceptivas das mulheres portuguesas, realizado pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) e pela Sociedade Portuguesa de medicina de Reprodução, com o apoio da Janssen-Cilag. Para o presidente da SPG, Daniel Pereira da Silva, os resultados do estudo em alguns aspectos só vieram confirmar o que se sabia, noutros apresentaram a necessidade de uma abordagem diferente nesta matéria. "Os valores da utilização da pílula de emergência (32,9% nas adolescentes e 11,2 nas mulheres) vieram confirmar o que já sabíamos, contrariando as baixas percentagens apresentadas pelo Observatório Nacional de Saúde. No entanto, não esperava um número tão elevado de jovens que não usam qualquer contraceptivo (16%)".
Embora esses valores não sejam favoráveis, Daniel Pereira da Silva afirma que não são assim tão pessimistas, e "têm aspectos a valorizar, como o facto de se verificar que uma grande percentagem está informada sobre os vários métodos contraceptivos, muita da informação foi transmitida na escola (83,4% das jovens e 17,9% do grupo entre os 40 e os 49 anos), o que representa uma evolução".
No entanto, essa evolução não se aplica na prática, "porque na realidade os conhecimentos nem sempre reproduzem os comportamentos adequados, não só pelo facto de não utilizarem, como também, por exemplo, se esquecerem de tomar a pílula (70%) e não informarem o seu médico". Enquanto responsável pela SPG, o médico salientou que além da informação é necessário responsabilizar.
Admite que a transmissão da mensagem, mesmo nas escolas deveria ser feita por técnicos, "não só informando sobre os métodos contraceptivos existentes, mas também apresentar-lhes os riscos que correm com uma vida sexual activa muito jovens e sem qualquer protecção", sublinhou, acrescentando que "muitos jovens desconhecem as doenças sexualmente transmissíveis. Falam da sida, que é um problema gravíssimo, mas desconhecem todas as outras e os riscos".
90% afirmam estar bem informadas.
O estudo sobre as práticas contraceptivas das mulheres portuguesas, que decorreu entre Novembro de 2004 e Fevereiro de 2005, envolveu 3 858 mulheres, dos 15 aos 49 anos. Revelou que 90% das entrevistadas identificou diferentes contraceptivos disponíveis, como a pílula, preservativo masculino e laqueação tubária.
Como podemos ver, apesar de grande parte das adolescentes dizerem que estão bem informadas sobre os métodos contraceptivos continuam a ter as suas relações sexuais sem utilizar nenhum método de contracepção.
Outro aspecto que é de salientar é o facto de grande percentagem destas adolescentes sempre que têm uma relação sexual utilizam a pílula "do dia seguinte", mas certamente que não devem ter noção sobre os efeitos secundários que esta provoca. Este método pode evitar uma gravidez não desejada, mas não evita a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.
Na minha opinião, penso que seria importante mais informações sobre os métodos contraceptivos e das DST's, pois não se brinca com a "nossa saúde".
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